sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Diário de um fim de semana alargado

Sexta 28 Nov:
Ida ao freeport e jantar "pizza açoreana" no Peter´s acompanhado aparentemente por um gin "fraquinho" comparado com outras coisas de que já ouvi falar mas provar nicles.
Fazer mala com pouca coisa (foi difícil) e tudo a pensar no quentinho! Íamos 5 pessoas logo a mala do carro não podia ficar cheia só com a minha tralha e tinha que levar a almofada... Claro que coloquei as 3 camisolitas novas acabadas de comprar na Desigual. Deitar cedo era uma intenção que não se cumpriu. Fui dormir era já 1h da manhã e o levantar foi pelas 5hrs. Sou sempre a mesma coisa, ups.

Sábado 29 Nov:
Acordar, duche, café e fui a última a chegar com 10 minutos de atraso! Menos mal, a malta portou-se bem, já sabem que eu sou tirana e que tenho um mau feitio do caraças.
A viagem fez-se muito bem. Cerca de 750 kms em 8 horas com muita paragem para troca de condutor, cafés e alívio de bexigas. Frio a sério, chuva... e neve nem vê-la.

Muita conversa e a maior parte do tempo foi agradável.
Como previsto uma das convivas é um bocado "diferente" pelo que não há descrição possível. O tema de conversa era sempre o mesmo, 2 davam-lhe resposta as outras 2 estávamos em "negação", não davamos sequer resposta pois o tema era de todo fora do nosso interese e conhecimento.
É daquelas pessoas que não se calam mesmo quando se é muito óbvia e se pergunta:
Eu - posso pôr música e já agora um bocado alta porque me está a dar o sono?
E ela - Ah... essa é um bocado estranha, porque não deixas o "Piazzola"?
E eu - porque ontem todo o dia ouvi este CD non-stop já tou um bocado enjoada.
E ela - mas podias deixar um bocadito...
E os outros - olha que tal os Gotam?
E eu - boa, os Gotam animam um bocado
E os outros - e tb lembram o Piazzola... E ficámo-nos por aqui!

Chegada a Granada, tudo a correr maravilhosamente (benditos sejam os tom tom ou tã tã conforme se queira que bela invenção)... e pensar que isto é do tempo do Moisés...
... eis senão quando a rua que dava para o hotel estava em obras! Toca de telefonar a pedir instruções... e ajuda se a queria não houve, fiquei chateada. Foi a partir deste momento que fiz pelo menos umas 5 infrações ao código da estrada, dei a volta a Granada de Norte a Sul. Vimos logo ali o Alhambra, o bairro Albaicin todo, o Sacromonte, as Cuevas e com um bocado de sorte tinhamos ido até à Sierra Nevada e visitado tudo (podíamos ter logo voltado para casa)... mas enfim não chegou a tanto.

A outra abstrolha nem percebeu que estávamos ao lado do Alhambra e só dizia "ai mas a cidade é tão gira"... (e eu a pensar: pois sim mas k "*#*#*" é dificil de conduzir um monstro destes em ruelas tão apertadinhas). O parque de estacionamento mais próximo do hotel era uma paralela e faltava mesmo só atravessar a rua... mas e perceber para que lado ficava a rua!?!? Fazia lembrar o Bairro Alto com as ruas fechadas à circulação automóvel, pelo que dei a volta ao bairro mais 3 vezes. Ao entrar no estacionamento o ar estava de tal maneira saturado e os lugares tão apertadinhos que estive a pontos de desmaiar. Senti-me mesmo fisicamente mal!

Chegados ao Oasis (que subtil inspiração árabe) tive um susto (!!!!). É coisa para malta jovem Backpackers Hotel. Dormir em camarata foi uma estreia mundial. Toalhas tinham de se alugar à parte. O que vale é que estava tudo muito limpinho. Mas a parva da recepção deixou-me em brasa, não se entendia nem em inglês nem em Castelhano. As instruções sairam aos "solavancos" e um barulho/música de fundo ensurdecedor. Tivemos uns momentos de partes gagas! O mais ridiculo era eu já a ferver e a abstrolha: "o que se passa não gostas do sitio?" Só me apetecia... nem sei, mas talvez um Hotel de 5 * tivesse ajudado. Com música lounge, um porto de boas vindas e parque de estacionamento (!?).
O jantar foi sui-generis, como tinhamos levado farnel, decidimos fazer um piquenique no jardim (isto com 1º de temperatura e já noite cerrada eram 20 hrs). Toda a gente olhava para nós, os cães vinham ter connosco e era preciso os donos virem buscá-los, pois pudera... Quem seriam os malucos que com aquele frio de rachar estavam alegremente em piquenique seria o que eu pensaria se estivesse no lugar deles. Fartámo-nos de rir!
Depois fomos dar uma volta pela cidade e procurar uma farmácia, ah sim porque 2 estavam engripados. Claro que cabeças de vento não tinham levado os medicamentos... ai mas porque será que só me saiem duques?
Já tudo a cair de podre e a abstrolha a querer ir ver a entrada do Alhambra... o raio da mulher tem mesmo pilhas de longa duração e a lingua então, continuava sem se calar!

Dom 30 Nov:
Dormi bem muito obrigado! Tive foi dificuldade em adormecer ainda estava com o nervoso miudinho.
Lá fomos nós até ao Al Ambra. E senti que estava a fazer uma espécie de estágio no mundo árabe para me preparar. A parte árabe gostei mesmo muito mas tudo o que os mal amanhados reis católicos por lá fizeram estragou o espírito do lugar por isso e resumindo esperava outra coisa.
O melhor mesmo foi que ao entrarmos no recinto exterior (nos jardins) estava a chover e o frio começou a acentuar-se, de repente começou a nevar!
Que loucura e o mais giro foi que o MP com 74 anos nunca tinha visto neve, devo admitir que até me vieram as lágrimas aos olhos da emoção. Eu a primeira vez que fui à Serra da Estrela tinha 6 anos, nevou, recordei esse momento com imenso carinho. Quase gelámos mas não parámos enquanto não vimos aquilo tudo. Almoçou-se às 4 da tarde. É tudo gente bem comportada, vegetarianos e alcool free mas eu não me aguentei e emborquei 3 canhas... Eh pá tava frio, precisava de incentivos para aquecer! Depois jantou-se também muito tarde e claro que foi num restaurante árabe. Adivinhem o que eu pedi... couscous pois claro e ali bebi chá! Rimos todo o santo dia como se estivessemos todos bêbados. E foram tantos os disparates que se disseram. Foi maravilhoso.

Seg 1 Dez
Embora a foto não seja minha, esta foi a visão da manhã. Nevou à séria nessa noite.

Arrumou-se a tralha, lá fomos ver as Cuevas (a outra não se calava...) e foi giro! Grande conversa com um dos artistas de Flamenco todo encantado com a minha pronuncia (k vaidoseira). Palavras dele : que somos tão parecidos os Portugas e os andaluzes. Eu começo a achar que os espanhois todos, menos os castelhanos, queriam mesmo era serem portugueses.

E claro já que estávamos ali tão perto lá os convenci a subir até à Sierra já que com o nevão dessa noite estava tudo branquinho. Começámos a subir e ao km 10 avisava para colocar as correntes. Aí achei que era melhor parar. Fomos a um hotel/restaurante na encosta beber um café e comer um pão com tomate (que adoro e fiquei almoçada). Iniciou-se o regresso a Lisboa com paragem para comprar uns Buffs porque ficou tudo cheio de "inveja" do meu e também queriam.

Fez-se bem a viagem de regresso. Novamente com o problema da tal abstrolha que não se calava. Mais um pequeno exemplo: ela é arquitecta e está a fazer uma casa para uns amigos comuns e teve o azar de me perguntar a minha opinião sobre a casa. Ao que eu bruta como sempre disse que gostava mas noutro espaço, no local altamente bucólico de uma aldeia acho que fere a paisagem. Ficou com a mosca e estava a preparar-se para me picar mas a O. mandou-a calar-se que eu bem percebi! No final já estavam todos tão cansados que ninguém lhe respondia pelo que se calou.
Ter 2 Dez
Dia seguinte houve quem tivesse de trabalhar cedo e eu pude dormir até me apetecer.
Constatação: afinal não é assim tão mau este período de transição/paragem.

2 comentários:

Missanguita disse...

Sempre dá para PARAR e PENSAR!
PÁRA! PENSA! E tudo se resolverá! ;)

Paulo Lontro disse...

Curioso, eu diria sempre;
PÁRA! PENSA! ACTUA! ;)
(parar e pensar nunca faz nada acontecer...ou seja, não resolve nada!)